quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

RELIGIOSIDADE DE CONSUMO

A influência da nova ordem mundial, que é sobretudo capitalista e consumista não somente atinge as antigas estruturas da moral e da ética social mas o próprio pensamento cristão evangélico, como por exemplo a aceitação liberal por parte de grupos cristãos de temas controvertidos como a união homossexual, feminismo, aborto, pena de morte, eutánasia, pesquisas em células embrionária, etc… (Ap 18:13). Com essa secularização do cristianismo a religião/teologia colocou o individuo humano como medida de si e de suas relações exteriores.

Nas palavras de Rodrigo Portella a “questão é que, no mundo contemporâneo, (pós) moderno, racional e, às vezes, supra-racional, a religião já não tem lugar, ou menos, não tem o mesmo lugar que tinha, e os fundamentos tendem a ser plurais e tornaram-se subjetivos… A religião não deixou de existir mas se metabolizou, ou migrou, do sagrado para a pluralidade, das escolhas pessoais livres, formando mosaicos isolados uns dos outros, em alquimias mesmo surpreendentes, mas sem efeitos sobre a sociedade.”

O QUE É ESSA NOVA RELIGIOSIDADE?

Mas o que vem então a ser essa nova religiosidade brasileira?

A nova religiosidade do cristianismo brasileiro tem assumido uma nova formatação que dispensa a interpretação gramatical-histórica das Escrituras e sua aplicação viva no cotidiano em todas as esferas da vida pessoal do cristão. Ao invés disso ela assume uma interpretação mas existencial, sensitiva, emocional e sobre-tudo de auto-ajuda. É o que eu aqui chamo de a filosofia das Casas-Bahia: “Aqui você quer, aqui você pode. Dedicação total a você.”

Nas palavras de Jonh MacArthur Jr. com essa mentalidade “oferece uma falsa esperança aos pecadores. Promete-lhes que terão a vida eternal apesar de continuarem a viver em rebeldia contra Deus. Na verdade encoraja as pessoas a reinvindicar a Jesus como Salvador, mas podendo deixar para mais tarde o compromisso de obedecê-lo como Senhor. Ao fazer separação entre fé e fidelidade, deixa a impressão de que a aquiescência intelectual é tão válida quanto a obediência de todo o coração á verdade. De certa forma, as boas novas de Cristo deram lugar às más novas de uma fé fácil e traiçoeira, que não faz qualquer exigência moral para a vida dos pecadores. Não se trata da mesma mensagem proclamada por Jesus.”

A MENSAGEM DA IGREJA CRISTÃ É EXCLUSIVISTA

Para a igreja evangélica “há apenas um mediador entre Deus e os homens. Jesus Cristo-homem” (Atos 4:12; I Tm 2:5). Portanto não pode existir um diálogo religioso ecumênico e pluralista afim de barganharmos a mensagem exclusiva do cristianismo bíblico por uma alternativa moldada e aceitável a mentalidade da sociedade (pós)moderna.

Mas qual o conteúdo dessa mensagem que devemos proclamar?

A Exclusividade de Jesus como Salvador

O apóstolo Pedro diz que “Em nenhum outro há salvação… dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12). Paulo que “Só há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (I Tm 2:5)

Ao afirmarmos essa exclusividade de Cristo como Salvador dos homens eliminamos toda e qualquer personalidade humana, religiosa, rito ou ações como meio de se chegar a Deus para obtenção da salvação. Nas palavras do Dr. Joseph Cook “nenhum sistema de crença exceto o cristianismo bíblico pode oferecer qualquer purificação eficaz para o pecado e a culpa do crime de Lady Macbeth.”

A exclusividade da graça salvadora e a obediência santificadora

A graça salvadora despreza todo e qualquer esforço humano no sentido de se achegar ao Deus vivo. Anula as obras, os sistemas legalistas salvíficos, expõe a cruz como o único meio de se achegar a Deus. Ela humilha os motivos humanos de apoiarem sua salvação em qualquer mérito próprio. No entanto o homem deve estar ciente de que a graça não é barata (Bonhoeffer), antes todos os chamados a salvação são também são chamados a obediência da cruz, é um chamado ao discipulado, a renúncia, ao arrependimento (Rm 1:5, 15:18, I Pd 1:2) .

Para que isso aconteça como afirmou Arthur W. Pink precisamos a partir da salvação, nos “preocuparmos em determinar os detalhes da vida – no lar, na igreja, no mundo - de modo que agrade a Deus."

A Exclusividade de Deus na Justificação do Pecador

Paulo afirma em Gálatas que “o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus...” (Gl 2:16) e ainda em Rm 5:1 “…que justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.” Ainda ouçamo-lo afirmar que Deus“ nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo seu propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus…” (II Tm 1:9) Na mensagem exclusiva do evangelho temos o solene anuncio de que todos pecaram, e que por isso estão sujeitos ao golpe da ira de Deus (Ef 2:1-3), a não ser que recebam a justificação que provém da fé (Rm 3:24-26, 4:25 e 5:1).

A RELEVÂNCIA DO CRISTIANISMO BÍBLICO

Num sistema pluralista e anti-cristão como este, torna-se-a muito fácil nos mover de nossa posição, já que crê-se em uma série de alternativas para se achegar a eternidade, ao eterno, ao nirvana, etc…. A igreja porém não está no mundo para ser mais uma dessas alternativas de consumo religioso, antes a sua missão é a de oferecer a salvação exclusiva por Jesus. Aquele que Único que conduz vida eterna. O senhorio de Cristo deve ser pregado a toda a criatura, levando-as a submeterem em amor obedientemente a Ele. Naquela igreja dos primórdios do cristianismo tudo era vida, mesmo diante da oposição do judaismo, do império romano, do gnosticismo e da filosofia grega ou de qualquer outra força contrária a expansão da igreja.

No entanto as multidões achegavam-se a igreja através da propaganda gratuita do avivamento religioso daqueles dias. Nada de comissões para averiguar quais os demônios daquelas cidadelas, nem qual estratégia deveria ser tomada para atrair as multidões que estavam fora da igreja. Seu investimento era em oração e pregação cristocêntrica, o que por conseguinte gerava a vitalidade pela assistência do Espírito Santo em cada empreendimento.

Se quisermos um cristianismo autêntico e que faça diferença em nossa sociedade precisaremos voltar a prática da pregação e discipulado bíblico e cristocêntrico. Retorno este que nos levará ao avivamento da fé e que por fim fará que sejamos de fato o sal da terra e a luz do mundo.

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